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Durante grandes guerras ou crises econômicas, abrir mão de bens preciosos, frequentemente carregados de valor sentimental, como uma jóia de família, é um ato que tem um significado simbólico: uma última tentativa de sobrevivência financeira. Esse gesto é melhor compreendido ao observar a fachada de uma loja que anuncia como forma de exploração do último recurso daqueles que estão financeiramente fragilizados. Exploração mascarada de demanda e, ao mesmo tempo, a única oferta disponível: "compramos o seu bem de família, pelo menor preço possível, porque você não tem outra escolha no momento". Tendo esse gesto como premissa simbólica, resolvi documentar como a propaganda de rua parece ter o poder de determinar o que as pessoas podem aspirar e esperar para as suas próprias vidas. Durante o período que morei em Nova York, caminhando entre os bairros ricos de Manhattan e os considerados periféricos no Queens, me deparei com todo tipo de anúncios de rua, fachadas comerciais, produtos e serviços dispostos nas vitrines das lojas. Cada um desses anúncios carregados de representações visuais e simbolismos que permeavam as escolhas individuais dos residentes daquelas regiões. Com “We buy gold”, não pretendo criar situações comparativas, mas refletir sobre as características socioeconomicas de bairros periféricos e de classe média alta, por meio das escolhas de expressão de suas identidades, diversidades e "necessidades". Ao apresentar esta pesquisa visual, espero revelar uma das nuances do capitalismo e da linguagem do consumo como o principal influenciador no processo de tomada de decisão dos indivíduos.

Durante grandes guerras ou crises econômicas, abrir mão de bens preciosos, frequentemente carregados de valor sentimental, como uma jóia de família, é um ato que tem um significado simbólico: uma última tentativa de sobrevivência financeira. Esse gesto é melhor compreendido ao observar a fachada de uma loja que anuncia como forma de exploração do último recurso daqueles que estão financeiramente fragilizados. Exploração mascarada de demanda e, ao mesmo tempo, a única oferta disponível: "compramos o seu bem de família, pelo menor preço possível, porque você não tem outra escolha no momento". Tendo esse gesto como premissa simbólica, resolvi documentar como a propaganda de rua parece ter o poder de determinar o que as pessoas podem aspirar e esperar para as suas próprias vidas. Durante o período que morei em Nova York, caminhando entre os bairros ricos de Manhattan e os considerados periféricos no Queens, me deparei com todo tipo de anúncios de rua, fachadas comerciais, produtos e serviços dispostos nas vitrines das lojas. Cada um desses anúncios carregados de representações visuais e simbolismos que permeavam as escolhas individuais dos residentes daquelas regiões. Com “We buy gold”, não pretendo criar situações comparativas, mas refletir sobre as características socioeconomicas de bairros periféricos e de classe média alta, por meio das escolhas de expressão de suas identidades, diversidades e "necessidades". Ao apresentar esta pesquisa visual, espero revelar uma das nuances do capitalismo e da linguagem do consumo como o principal influenciador no processo de tomada de decisão dos indivíduos.

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